Empreendedorismo, inovação e transformação digital são temas recorrentes no universo do trabalho, mas ainda pouco explorados durante a formação escolar de crianças e adolescentes.
Dado o contexto atual e futuro de grandes e rápidas mudanças, competências relacionadas ao comportamento empreendedor, à mentalidade de inovação e às competências digitais, têm figurado entre as mais disputadas pelo mercado de trabalho. Isso porque juntas, criam uma estrutura inteligente, adaptável e ágil de competências que permitem que o profissional consiga lidar com cenários complexos e caóticos inerentes aos novos tempos.
O comportamento empreendedor, diferente do que o senso comum acredita, não se restringe apenas à criação ou abertura de um empreendimento ou negócio em si, mas a capacidade de transformar ideias e oportunidades em ações e resultados práticos. Já a mentalidade de inovação se refere a capacidade de enxergar e interpretar um problema e criar soluções relevantes, diferentes e potencialmente melhores das que já existem. E as competências digitais se referem a capacidade de compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de forma ética e crítica como meio para se comunicar, acessar e disseminar informações, apoiar a produção de conhecimentos e a resolução de problemas.
Estes 3 conjuntos de competências envolvem principalmente a autogestão, o pensamento crítico e criativo para resolução de problemas, a colaboração, o protagonismo, a coragem e o propósito. Eles formam a base para criação de uma estrutura inteligente, adaptável e ágil de competências que darão sustentação para que os alunos aprendam a fazer escolhas em cenários diversos e complexos. Esses elementos envolvem ainda o desenvolvimento de aspectos comportamentais, socioemocionais e cognitivos que não podem ser construídos ou aprendidos do dia para noite ou mesmo em poucos meses. Além disso, precisam ser trabalhados de forma conjunta entre si e transversalmente com as demais áreas de conhecimento tradicionais da escola e da vida. Não podem ser entendidos como soluções superficiais e descontextualizadas da realidade como uma simples aula semanal de robótica, maker ou programação. Precisam funcionar como indutores para resolução de problemas reais e não apenas como mais uma “caixinha” de conhecimentos transmitidos isoladamente e que os alunos não sabem o que fazer.
Neste sentido, sabemos que a educação, especialmente a de base, tem um papel fundamental na preparação dos estudantes quanto à essas competências essenciais para o enfrentamento dos desafios da vida como cidadão e profissional. Isso porque é principalmente nesta etapa que são criados os alicerces para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, considerando todas as dimensões – intelectual, física, emocional, social e cultural.
No entanto, alguns números dão indícios de que nosso sistema educacional não tem conseguido cumprir a missão de preparar a nova geração para enfrentar a complexidade do mundo atual e nos ajudar a construir futuros mais pacíficos, justos e sustentáveis. Segundo pesquisa do IBGE de 2021, 37% dos desempregados no Brasil são jovens de 14 a 24 anos e 24% da população de 15 a 29 anos, não estudam e nem trabalham. Números de 2018 do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), mostram que 39% dos empregos almejados por jovens de 15 anos no mundo, correm o risco de serem automatizados dentro de 10 a 15 anos. Pesquisa de 2022 realizada pela Fundação Roberto Marinho, também aponta que apenas 25% dos professores entrevistados afirmam conhecer sobre o tema educação empreendedora e competências digitais conforme previsto na nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Por outro lado, a previsão das BRASSCOM (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação, Comunicação e Tecnologias Digitais) é de que até 2025, o mercado de trabalho na área de inovação e tecnologia sofra um apagão de talentos, com um déficit estimado de 530 mil vagas sem preenchimento por falta de perfil e/ou qualificação.
Diante deste cenário, é fundamental e urgente que as escolas se apropriem da cultura empreendedora e de inovação em seus projetos político pedagógicos e se tornem efetivamente ambientes promotores de talentos para a inovação, o empreendedorismo e a transformação digital em todos os níveis.
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Até mais e vamos em frente!
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